O amor à pátria foi o sentimento que alimentou a maior parte da literatura brasileira romântica. Para dotar o país de uma nacionalidade literária, nossos escritores não se cansaram de elogiar a natureza exuberante, trataram o índio como herói, descreveram os costumes do campo e da cidade, voltaram-se para o passado histórico a fim de glorificá-lo e abrasileiraram o uso da língua portuguesa. Os três dramas reunidos no presente volume nasceram nesse contexto e trazem as marcas do nacionalismo romântico. Em A voz do pajé, Bernardo Guimarães põe o índio em cena, dividido entre o amor por uma mulher branca e a lealdade a sua tribo. O índio aparece também em Calabar, de Agrário de Menezes, drama histórico que trata da guerra dos portugueses contra os holandeses em Pernambuco, no século XVII, e que tematiza a luta pela independência pátria. O mesmo tema é aproveitado em Sangue limpo, de Paulo Eiró, abolicionista preco…
O amor à pátria foi o sentimento que alimentou a maior parte da literatura brasileira romântica. Para dotar o país de uma nacionalidade literária, nossos escritores não se cansaram de elogiar a natureza exuberante, trataram o índio como herói, descreveram os costumes do campo e da cidade, voltaram-se para o passado histórico a fim de glorificá-lo e abrasileiraram o uso da língua portuguesa. Os três dramas reunidos no presente volume nasceram nesse contexto e trazem as marcas do nacionalismo romântico. Em A voz do pajé, Bernardo Guimarães põe o índio em cena, dividido entre o amor por uma mulher branca e a lealdade a sua tribo. O índio aparece também em Calabar, de Agrário de Menezes, drama histórico que trata da guerra dos portugueses contra os holandeses em Pernambuco, no século XVII, e que tematiza a luta pela independência pátria. O mesmo tema é aproveitado em Sangue limpo, de Paulo Eiró, abolicionista precoce, que recuou a ação dramática a 1822, para contrapor o grande feito histórico à falta de liberdade dos escravos.