“Uma voz feminina contra a opressão
Tradução do russo, seleção, apresentação e notas de Lauro Machado Coelho
O tom intimista e confessional de sua poesia fez com que Anna Akhmátova (1889-1966) se tornasse um grande sucesso desde a publicação de seu segundo livro, Rosário, em 1914. Era a primeira vez na literatura russa que uma mulher não tentava competir com os homens, mas sim criar uma expressão única ao utilizar uma linguagem concisa, direta e despida de ornamentos, atingindo o leitor menos por aquilo que é dito do que por aquilo que deixa de estar lá.
Este volume reúne as mais importantes criações de Anna Akhmátova, incluindo “Poema sem herói”, que ela considerava o coroamento de sua obra. Escrito durante a Segunda Guerra Mundial, carregava a marca do sofrimento que foi a vida da poeta.
Perseguida pelas autoridades stalinistas, que a proibiram de publicar, ela teve que enfrentar o fuzilamento do primeiro …
“Uma voz feminina contra a opressão
Tradução do russo, seleção, apresentação e notas de Lauro Machado Coelho
O tom intimista e confessional de sua poesia fez com que Anna Akhmátova (1889-1966) se tornasse um grande sucesso desde a publicação de seu segundo livro, Rosário, em 1914. Era a primeira vez na literatura russa que uma mulher não tentava competir com os homens, mas sim criar uma expressão única ao utilizar uma linguagem concisa, direta e despida de ornamentos, atingindo o leitor menos por aquilo que é dito do que por aquilo que deixa de estar lá.
Este volume reúne as mais importantes criações de Anna Akhmátova, incluindo “Poema sem herói”, que ela considerava o coroamento de sua obra. Escrito durante a Segunda Guerra Mundial, carregava a marca do sofrimento que foi a vida da poeta.
Perseguida pelas autoridades stalinistas, que a proibiram de publicar, ela teve que enfrentar o fuzilamento do primeiro marido, a morte do terceiro num campo de concentração e a terrível angústia de ver o filho preso. Para lutar contra essa barbárie, Akhmátova deu vida a um dos maiores testemunhos literários do sofrimento individual sob a opressão política.
Hoje, tenho muito o que fazer:
devo matar a memória até o fim.
Minha alma vai ter de virar pedra.
Terei de reaprender a viver.
(Trecho de “O veredicto”)”