” Como sobreviver à paranoia delirante que assola o país As eleições de outubro de 2018 apareceram como possibilidade de mudança para grande parte da sociedade brasileira. Mas o discurso que enaltecia a ética e repudiava a corrupção e a política levou ao poder um Estado autoritário, machista, conservador e corrupto, comandado por homens brancos e ricos . Esse foi o resultado da primeira eleição no país movida a notícias falsas, ausência de debate e incitação à violência . Os votos, amplamente motivados por raiva, desilusão, ódio de classe e disputas, foram alimentados não apenas pela grande mídia. Pela primeira vez, as redes sociais e seu exército de robôs e de robotizados foram decisivos para a vitória nas urnas. Em Delírio do poder: psicopoder e loucura coletiva na era da desinformação , Marcia Tiburi analisa discursos e ferramentas que, de modo sub-reptício, passaram a interferir na percepç…
” Como sobreviver à paranoia delirante que assola o país As eleições de outubro de 2018 apareceram como possibilidade de mudança para grande parte da sociedade brasileira. Mas o discurso que enaltecia a ética e repudiava a corrupção e a política levou ao poder um Estado autoritário, machista, conservador e corrupto, comandado por homens brancos e ricos . Esse foi o resultado da primeira eleição no país movida a notícias falsas, ausência de debate e incitação à violência . Os votos, amplamente motivados por raiva, desilusão, ódio de classe e disputas, foram alimentados não apenas pela grande mídia. Pela primeira vez, as redes sociais e seu exército de robôs e de robotizados foram decisivos para a vitória nas urnas. Em Delírio do poder: psicopoder e loucura coletiva na era da desinformação , Marcia Tiburi analisa discursos e ferramentas que, de modo sub-reptício, passaram a interferir na percepção da sociedade em relação a fatos políticos – pessoais e públicos. Sua candidatura ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo Partido dos Trabalhadores (PT) favoreceu seu contato com a realidade e com o delírio da política partidária , que são o ponto de partida, mas não o fim, de suas reflexões. A filósofa trata de questões urgentes, como a fascinação da sociedade brasileira por um grupo que governa contra o interesse da própria sociedade, entregando as riquezas nacionais – os cidadãos, a cultura e os recursos naturais – aos desmandos do capital global . Delírio do poder reafirma que, com boa-fé e consciência crítica, é possível construir uma realidade boa para todos. “