Em seu livro de estreia, Keythe Tavares exercita uma escrita de si que é tomada por diferentes forças: passando pela figura materna e, principalmente, pelos discursos da igreja, a voz lírica aqui impostada se detém nos detalhes dos espaços, nas conversas do cotidiano, nas frestas dos fatos. O rosto nas tomadas, os dentes amarelados, o pão que não cresce, a toalha com o nome bordado errado. Seria sua certidão de nascimento?
A poeta recolhe elementos do passado com gosto e vontade. Quer elaborar a memória com crítica e desapego, mas sem deixar de lado a importância os gestos antepassados e do lugar de onde veio: o cerrado. As cenas com a mãe e com o pai e, até mesmo, as severas leis religiosas – mesmo que apareçam como fantasmas – contribuem para que quem lê visualize essa menina crescida, que vê tanto a graça quanto a desgraça.
Bianca Gonçalves
Em seu livro de estreia, Keythe Tavares exercita uma escrita de si que é tomada por diferentes forças: passando pela figura materna e, principalmente, pelos discursos da igreja, a voz lírica aqui impostada se detém nos detalhes dos espaços, nas conversas do cotidiano, nas frestas dos fatos. O rosto nas tomadas, os dentes amarelados, o pão que não cresce, a toalha com o nome bordado errado. Seria sua certidão de nascimento?
A poeta recolhe elementos do passado com gosto e vontade. Quer elaborar a memória com crítica e desapego, mas sem deixar de lado a importância os gestos antepassados e do lugar de onde veio: o cerrado. As cenas com a mãe e com o pai e, até mesmo, as severas leis religiosas – mesmo que apareçam como fantasmas – contribuem para que quem lê visualize essa menina crescida, que vê tanto a graça quanto a desgraça.
Bianca Gonçalves