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O AMOR IMAGINARIO
Editora: 7 LETRAS
ISBN: 9786559054152
Nº de páginas: 116
R$ 45,00

O amor imaginário de Denise Emmer alcança, por ser imaginário, uma superioridade sobre os reais, a de não estar condenado, por não existir, à desaparição pela senectude, pois o amor possui esse estranho e duvidoso privilégio — fora os casos de extinções precoces — de morrer antes da morte. Poema único, dividido em doze partes, ou atos, O amor imaginário, que dá título ao livro, segue e confirma algumas das trilhas líricas características da autora, como a extraordinária, inusitada e muito livre riqueza metafórica, unida a uma rica imagética na qual a presença da natureza e a da paisagem urbana disputam espaço. Na, forma, por outro lado, ele se constrói por meio de versos situados numa precisa indecisão entre a métrica e o abandono periódico dela, uso muito caro ao nosso Carlos Drummond de Andrade — não apenas a ele, mas destacadamente —, o que implica uma sutil e complexa utilização voluntária de di…

O amor imaginário de Denise Emmer alcança, por ser imaginário, uma superioridade sobre os reais, a de não estar condenado, por não existir, à desaparição pela senectude, pois o amor possui esse estranho e duvidoso privilégio — fora os casos de extinções precoces — de morrer antes da morte. Poema único, dividido em doze partes, ou atos, O amor imaginário, que dá título ao livro, segue e confirma algumas das trilhas líricas características da autora, como a extraordinária, inusitada e muito livre riqueza metafórica, unida a uma rica imagética na qual a presença da natureza e a da paisagem urbana disputam espaço. Na, forma, por outro lado, ele se constrói por meio de versos situados numa precisa indecisão entre a métrica e o abandono periódico dela, uso muito caro ao nosso Carlos Drummond de Andrade — não apenas a ele, mas destacadamente —, o que implica uma sutil e complexa utilização voluntária de dissonâncias, no caso específico uma longa série de rupturas num substrato em redondilha maior. A segunda seção deste livro bipartido, a suíte “Poemas de cordas e almas”, reúne quinze títulos, todos expressões da ligação da autora com a arte suprema, a música, e com o violoncelo. Em certos momentos bem mais próximas do verso livre, tais peças não se afastam totalmente da opção formal do poema anterior, opção, aliás, que só se cumpre esteticamente quando conduzida por poetas consumados, exato caso de Denise Emmer, um dos nomes maiores que surgiram na poesia brasileira no último quartel do século XX.

Alexei Bueno

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