É difícil prever o destino deste livro – a estreia de Imaculada Teixeira de Souza. Em tempos de superexposição do eu, mania de “escrita de si” e narcisismo compulsivo, aparece essa poesia oblíqua, discreta, tão meditada quanto comedida, como um desafio à atenção intermitente de seus leitores contemporâneos.
Todo o livro é composto ao redor da fábula de um monge enigmático e melancólico, além de soberbamente anacrônico. Os poemas de Imaculada ora são a “suma” das heterodoxias desse personagem imprevisto, ora memórias sobre o transcurso dele pelo mundo, quando não formam a narrativa de seus embates com a fé e com a descrença, vividos num mosteiro inscrito por dentro dele mesmo.
– Trecho do posfácio de Sérgio Alcides para o livro.