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PEQUENA BIBLIOTECA PARA CRIANÇAS
autoria: amarante, dirce waltrick do
Editora: ILUMINURAS
ISBN: 9788573214130
Nº de páginas: 107
R$ 59,00

É de Fernando Pessoa a frase em tom de paradoxo: Nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças. Vale a pena repeti-la a propósito desta Pequena Biblioteca para Crianças em que Dirce Waltrick do Amarante convida pais, professores e uma legião de curiosos a ampliarem, na condição de leitores, os limites impostos ao repertório infantojuvenil pela homogeneização comercial e pedagógica. Os textos da autora distinguem-se pela qualidade dos comentários sobre sua pequena biblioteca, apoiados em referências precisas a escritores, críticos e teóricos de primeira linha, e, em particular, pela reflexão exercida sobre uma questão cada vez mais urgente: a necessidade de redefinir o que entendemos por criança e infância. O significado de infans o que não sabe falar parecer voltar como um boomerang irônico sobre os adultos de hoje. É preciso acrescentar ainda que a redefinição proposta neste livro encontra-se im…

É de Fernando Pessoa a frase em tom de paradoxo: Nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças. Vale a pena repeti-la a propósito desta Pequena Biblioteca para Crianças em que Dirce Waltrick do Amarante convida pais, professores e uma legião de curiosos a ampliarem, na condição de leitores, os limites impostos ao repertório infantojuvenil pela homogeneização comercial e pedagógica. Os textos da autora distinguem-se pela qualidade dos comentários sobre sua pequena biblioteca, apoiados em referências precisas a escritores, críticos e teóricos de primeira linha, e, em particular, pela reflexão exercida sobre uma questão cada vez mais urgente: a necessidade de redefinir o que entendemos por criança e infância. O significado de infans o que não sabe falar parecer voltar como um boomerang irônico sobre os adultos de hoje. É preciso acrescentar ainda que a redefinição proposta neste livro encontra-se implícita em boa parte dos textos literários recomendados. Tal abertura apoia-se, por exemplo, na edição brasileira para o público infantojuvenil do humor erótico-libertário de Boccacio, dos mitos maias do Popol Vuh, na adaptação de Poe por Clarice Lispector, no fascínio dos Wilhelm (Hauff e Busch), no jogo lúdico-corrosivo de Kurt Schwitters, na versão do Finnegans Wake de Joyce (Finnício Riovém), este play-ground da cultura, conforme Harry Levin. Neste sentido, caminham as sugestões da autora para a inclusão de leituras como os mitos indígenas de Makunaíma e Jurupari, os contos de Péricles Prade e pela iniciação em Shakespeare muito bem guiada por Charles e Mary Lamb. Duda Machado

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