Rua do Larguinho é território de mulheres fortes. São mulheres comuns: empregadas domésticas, babás, diaristas, manicures, vendedoras de catálogos. São mães solos, avós, madrinhas que, na ausência de seus companheiros, se viram para criar filhos, netos e afilhados. Nas páginas a seguir, você perceberá a diferença que ter acesso a aposentadoria, trabalho formal e política pública faz em vidas que estão à margem. É a diferença entre catar comida no lixo e ter uma refeição digna; entre dormir na rua e ter um cantinho de chão encerado; entre usar trapos velhos no meio das pernas e ter acesso a um absorvente. “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.” A citação de Angela Davis pode ser confirmada neste trabalho potente e sensível de Lilia Guerra. Dalva Maria Soares